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 História do Ilê de Bará Lodê - Pai Marco

Pai Marco de Bará Lodê

Com sua iniciação feita em casa puramente Umbandista, à epoca, em agosto de 1.989, Pai Marco permaneceu lá até 1.996, quando percebeu estar ouvindo chamado de um nome, o qual descobriu posteriormente viria a ser o nome de seu Orixá, Bará Lodê - inclusive com sua Djina. 

Iniciado na nação de Cabinda em 1.996, tendo seu primeiro assentamento de Obori em 1.998, após 12 anos foi para a Mão de Pai Gilberto de Xangô (Jeje e Ijexá), na qual foi aprontado em 2010, recebendo Axés de Búzios e Obés. Em 2012, também com Babá Gilberto, foi Cacicado na Umbanda e Quimbanda.

No ano de 2008, por motivos profissionais mudou-se para a Grande Florianópolis, sendo que, após 12 anos de casamento, em 2010 nasceu seu primeiro filho, Luiz Arthur, e em 2016 o segundo, Luiz Augusto, já morando na cidade de Palhoça, casa na qual começou o terreiro com sessões de Umbanda e Quimbanda, quinzenais, para si, sua família e amigos mais próximos, de Palhoça, São José, Biguaçu e de toda a Ilha Florianópolis.

É filho de santo do Babalorixá Pai Maurício de Oxum Miwá, da cidade de Novo Hamburgo, que é filho de Santo do Babalorixá Chiquinho de Oxalá, de cuja Raiz a atividade religiosa ultrapassa os 80 anos em um mesmo templo, além de líder religioso de uma família religiosa com milhares de filhos, netos, bisnetos, tatara netos, numa raiz bastante extensa em diversos estados brasileiros e países.

Pai Marco é Bacharel em Administração de Empresas, com habilitação em Marketing, Pós Graduado em Gestão Pública, possui especializações Lattu Sensu em Gestão Empresarial, Finanças, Vendas e Marketing Digital, com larga experiencia em cargos de gestão em empresas de médio e grande portes, ainda é professor de cursos de extensão em plataformas EAD. Foi criado no ambiente político sindical, nos anos 80 em Porto Alegre, RS, possui tendênci a Centro-esquerda, desde 2016, também atua no campo político, como apoiador de candidatos. Em 2019, foi convidado a participar do movimento Axé, com a missão de ajudar a organizar e assessorar os irmãos de todas as religiões de matriz africana, de cuja Raiz seja comprovada, para termos o maior número de candidatos em todos os futuros pleitos eleitorais, buscando uma representatividade cada vez maior do povo do Axé na política brasileira.

Entenda um pouco mais sobre religião de matriz africana:

 
Religiões afro-brasileiras
São consideradas religiões afro-brasileiras, todas as religiões que tiveram origem nas Religiões tradicionais africanas, que foram trazidas para o Brasil pelos negros africanos, na condição de escravos. Ou religiões que absorveram ou adotaram costumes e rituais africanos.
As religiões afro-brasileiras na maioria são relacionadas com a religião yorùbá e outras religiões tradicionais africanas, e uma parte das religiões afro-americanas e diferentes das religiões afro-cubanas como a Santeria de Cuba e o Vodou do Haiti pouco conhecidas no Brasil.
 
Batuque RS
Batuque é uma religião afro-brasileira(1) de culto principalmente aos orixás encontrados originalmente no estado do Rio Grande do Sul, no Brasil, de onde se estendeu para outros estados e países vizinhos como Uruguai e Argentina. É originaria de religiões dos povos da Costa da Guiné e da Nigéria,(nações, Jeje, Ijexá, Oyó, “Nagô” (2), Ketu, Cabinda).
 
Uma particularidade da nação de Oyó no inicio se caracteriza pela ordem das rezas; primeiro tocava-se para todos os orixás masculinos e depois para os femininos e finalizava-se por Oyá (Iansã) e Xangô, representando o rei e a rainha de Oyó, origem desta nação, finalizando para Oxalá.
 
Nações (povos)
Jeje Seu supremo (deus) Mawu, entidade Vodus e/ou Nkisi
Ijexá “Olorum “ Orixás
Oyó “ Olorum “ Orixás
Ketu “Olorum “ Orixás
Bantu “ Nzambi Nkisi
Cabinda “ Olorum “ Orixás
Nagô “ Olorum “ Orixás
Obs: Cabinda, embora alguns consideram haver uma ligação com a cultura Bantu, cultuam Orixás e não Nkisi.
 
Etimologicamente a palavra batuque vem de um termo do povo bantu “batukajé”, em referencia bater tambores típicos em cerimônias religiosas. O batuque AMAZONICO, no Pará, é uma dança que chegou no período colonial. E se espalhou por vários cantos do Pais, os portugueses em especial chamavam de batuque qualquer dança praticada pela comunidade negra oriunda da África.
 
Na região norte, o batuque, em função da sua terminologia, enraizou-se principalmente no PARÁ e no Amazonas onde a palavra também serve para designar as praticas religiosas. Nome batuque era dado pelos brancos, sendo que os negros o chamavam de Pará (3). É da junção de todas estas nações que se originou esta cultura conhecida como batuque
 
Batuque é considerado religião de origem afro, todas as religiões, que foram trazidas para o Brasil, negros africanos, na condição de escravos. As religiões que absorveram ou adotaram costumes e rituais africanos. Essas religiões são conhecidas pelos seus nomes regionalizados e identificados em um determinado local, assim como:
Babacuê, no Maranhão e Pará, Batuque no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e João Pessoa, Cabula no Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina, Candomblé em todos os estados no Brasil, Culto aos Egungun, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo, Culto de Ifá, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo, Culto do Wodou em Santa Catarina e Rio de Janeiro, Encantaria em Maranhão, Piauí, Pará Amazonas, Omoloko no Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina, Pajelança no Piauí, Maranhão, Pará e Amazonas, Quimbanda em todo o Brasil, Tambor de Mina, Maranhão, Terecô no Maranhão, Umbanda em todo o Brasil, Xambá em Alagoas e Pernambuco, Xangô do Nordeste em Pernambuco, Recife.
 
Relacionamento das religiões aqui no Brasil, a grande maioria das religiões afro são relacionadas com o povo Yorubá e outras tradicionais africanas (2), uma parte de afro americano, afro cubanas (Santeira cubana) e o Wodou do Haiti.
 
No Rio Grande do sul a estrutura do batuque deu inicio latente no século XIX, entre os anos de 1833 a 1859, (Correa, 1988 a 69). Existem algumas indicações em jornal da época que nos levam a crer que os primeiros terreiros foram iniciados em Rio Grande e Pelotas no RS. Datados de abril de 1878, ( Jornal do Comercio de Pelotas). Em Porto Alegre as noticias sobre o batuque apareceram na segunda metade do século XIX com a migração dos ex-escravos e escravos desta região para a capital, e a língua usada por eles era o Yorubá. O ritual do batuque segue com os fundamentos com relação aos orixás nas raízes da nação Ijexá na Nigéria/África e dá lastro às demais nações também oriundas do mesmo continente.
 
1- Religião Afro brasileira
2- Nago
3- Pará
4- Igbá
5-Orixás
6-Fundamentos religiosos
 
(2) – Na cidade de Pelotas o fundador da primeira Casa de Nagô, Ibrain Atalla, (Ibrain de Oyá Mesan) denominada Sociedade Espiritualista Rio Grande do Sul, em 29 de julho de 1950.
O nome nagô ficou conhecido na Brasil através dos escravos vindos de Abeokuta, mas no continente africano não existe nação com essa terminologia. O nome nagô (R.C.Abrahams) alcunha os Yorubás de Ipó Kiyà, entre os quais vivem também algumas famílias do povo popo do antigo Daomé.
Esse termo provem do povo Fon, anago que era usado no sentido pejorativo “piolhento”, quando esse povo chegava a fronteira de Benin antigo Daomé fugindo de perseguições, vinham esfarrapado, famintos e cheios de piolhos.
 
Obs: Os termos étnicos como nagôs, jejes ,angolas, congos, fulas, são terminologias criadas pelos escravagistas, cada termo continha uma quantidade significativa de tribos escravizadas em cada região.
 
(3) – etimologicamente o termo “Pará”: afirmava-se ser este o outro nome pelo qual é conhecido o batuque. Mas não procede. Essa questão já está dimensionada desde os anos 1950, nas pesquisas etnográficas de Roger Bastide sobre a religião africana no Rio Grande do Sul. Diferentes das religiões afro-caribenhas como a santeira e o vodu.
(4) – Igbá são recipientes onde se coloca os assentamentos do respectivo orixá.
(5)- Orixás
(6)- fundamentos religiosos, imolação, trabalhos determinados e oferendas para os Orixás. Este local é sagrado, pessoas não podem estar vestidas de preto, mulheres em dias de menstruação não entram no salão, junto a parte da casa, chamada de peji, e também no salão são realizadas as festas para os orixás.

O batuque é uma religião baseada no culto às divindades Africanas, principalmente as do povo Yorùbá, chamados de Orixás em suas maiorias ligadas a natureza: rios, lagos, matas, mar, pedreiras, cachoeiras etc. Seus rituais que envolvem paramentos que estão em parte dentro dos templos e terreiros, onde permanecem seus assentamentos (Igbá), onde são invocadas as vibrações de nossos orixás.
 
Nós seres humanos nascemos sob a influência de um orixá e, em nossa vida, teremos as vibrações e a proteção desse orixá ao qual está naturalmente vinculado e que rege seu destino. O orixá exige a dedicação de seu influenciado, sendo que este poderá ser um simples colaborador nos cultos, ou até mesmo se tornar um membro efetivo da religião e até podendo exercer o cargo de mentor espiritual.

O culto ao batuque é feito exclusivamente aos orixás, começando com Bará (exu), que deve ser o primeiro homenageado, Ogum, Oyá, (Iansã), Xangô, Ibeji, Odé, Otim, Oba, ossanhã, Xapanã, Oxum, Iemanjá, Oxalá e Orunmilá (5).

O panteão de Orixás varia de acordo com a nação. No batuque, os espíritos dos sacerdotes são chamados de egungun, constituíndo uma categoria a parte, pois são espíritos (Eguns), desencarnados de seres humanos, e estão ligados a uma estrutura de sociedade. O templo ou terreiro no batuque é o local onde são feitos todos os fundamentos religiosos. (6) Quando se faz a montagem dos assentamentos de um orixá coloca-se junto aos Octás (pedras) e permanecem dentro das vasilhas de cada orixá no peji. Com exceção dos orixás de rua, que tem seus assentamentos em locais separados. A casa dos eguns (mortos) também tem um lugar definido para eles que são no terreno nos fundos do salão.
 
A principal característica do ritual do batuque é o fato de o iniciado não poder saber, em hipótese alguma, que foi possuído pelo seu orixá. Na realidade o questionamento não está no saber, e sim no fato de a pessoa ao saber que se ocupa, pode ceder a vaidade extrema e desta forma banalizar um princípio básico dos Orixás, que está na humildade e desapego material.
 
Cada mentor espiritual ( babalorixá, Ialorixá) tem sua autonomia nos seus rituais, mas nunca deve ficar fora dos praticados pela sua bacia.

No mínimo uma vez por ano deve ser feito toque para seus orixás. Mas as festas grandes são de quatro em quatro anos quando é feita obrigação de reforço (EBÓ) de cada orixá sento, nesse caso tem sacrifício de animais de quatro pés e aves, esta obrigação serve para o dono da casa prestar homenagem ao orixá da casa e dos demais, incluindo os filhos que ainda não tem o seu próprio templo. Estes rituais têm uma duração aproximadamente de duas semanas.

O babá tem obrigação de transmitir os ensinamentos a todos os filhos de santo: uso das folhas sagradas, execução de trabalhos e oferendas, interpretação do jogo de búzios, e até mesmo como preparar um novo sacerdote.
 
A partir do momento que um neófito se torna um sacerdote de orixá, terá as mesmas responsabilidades daquele que lhe passou os ensinamentos.
 

Lembrando que, dentro da religião afro-brasileira, existem vários segmentos.

Origem do texto: Babà Tacques de Xangô

 

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